O
Residencial Santa Maria, localizado às margens da rodovia DF 290, até meados de
2013, era considerado terra de ninguém, aonde os poderes públicos viravam as
costas para os vários problemas enfrentados por seus moradores.
O
local é uma extensa faixa de terra, divididas em seis módulos, que divide
Valparaiso de Goiás e o DF apenas por uma rua. Apesar da cidade goiana repetir
várias vezes que tinha interesse na urbanização desse setor, pois ele está mais
próximo ao bairro de Céu Azul, nunca houveram investimentos, mesmo que
paliativos para a urbanização do local.
Desde
a sua criação até meados de 2013, nem asfalto, tampouco esgoto e outros
serviços públicos existiam no local e a situação daquela população era precária.
Ao
ser nomeado, o então administrador da cidade, Erivaldo Alves, tornou algumas
questões com relação ao local, prioridades administrativas. Logo de início, conseguiu
a autorização para a pavimentação asfáltica em todos os módulos e a situação
dos moradores começou a melhorar.
Erivaldo
dizia que uma das suas prioridades era a urbanização do setor que sempre foi
“esquecido” pelo poder público. “Entra governo e sai governo e a situação
daquelas famílias continua a mesma. Assim, pretendemos ser o diferencial e
fazer algo de concreto para os moradores”, dizia a época.
Em
seus quase dois anos de mandato, muitas benfeitorias foram executadas e de
acordo com o então administrador, durante aquela gestão “não seria feito
paliativos e sim, benfeitorias definitivas que viriam de encontro para a
comunidade”. Assim foi feito.
De
acordo com o presidente da Associação de Moradores do Residencial Santa Maria, Demerval Rodrigues
Medeiros, até a posse de Erivaldo, eram realizadas apenas reuniões e nada de
concreto acontecia. “Várias reuniões foram realizadas
e apresentadas sugestões para saber onde o dinheiro público deveria
ser investido, depois sumiam e nada de concreto acontecia. Porém, Erivaldo
chegou e não fez reuniões e sim visitas com autoridades nos locais onde
deveriam ser executadas as obras. Assim, em pouco tempo começaram a aparecer os
resultados”, disse. Demerval ainda completa dizendo que em uma das conversas
que teve com o então administrador, o conteúdo foi de que “não haveria a necessidade
de novas reuniões, tendo em vista que já sabiam o que fazer. Nisso, preferiu começar
a pôr a mão na massa”.
Além do asfalto, os moradores do Residencial tinham várias queixas
que aos poucos começaram a ser sanadas pela então gestão administrativa da
cidade. Entre as ações que hoje é realidade no setor, com o apoio da CLDF e do
então vice-Governador Tadeu Filippelli, além do asfaltamento, o projeto da
ciclovia que atualmente atente além dos moradores do setor, os de Santa Maria,
Novo Gama e Valparaíso, foi uma realidade deixada por Erivaldo. Também foram
projetados a construção de estacionamento na marginal da DF 290, construção de
um campo sintético e uma PEC, bem como o avanço do projeto da tão sonhada
regularização fundiária do bairro. “Aqui não se trata de uma invasão, pois
nós compramos esses lotes e construímos os nossos sonhos nessa terra. Mas outros
governos viravam as costas e não discutiam a regularização do Residencial, sob
alegação de que o Ministério das Cidades não disponibilizava recursos para
áreas não regularizadas. Ficamos nessa situação, até a chegada de Erivaldo que
não mediu esforços junto ao então governo e deputados. Não deu tempo, mas ele
deixou tudo encaminhado para que os nossos sonhos se tornassem realidade”, comentou
Demerval.
Atualmente
são mais de 9,5 mil moradores que residem no Residencial Santa Maria e que
ainda convivem com a carência do estado em fornecer saneamento básico. Segurança
também é um fator preocupante, tendo em vista que, por estar localizado às
margens da DF 290, sendo dividido apenas por uma rua do bairro Céu Azul em
Valparaíso, e apesar de pertencer ao DF, a comunidade ainda possui referência
com a cidade goiana, sendo essa, uma das regiões mais inseguras do entorno.
Quando precisam da polícia ou dos bombeiros, as ligações caem no estado de
Goiás. “A desculpa que eles dão é que uma torre pega a frequência de lá, por
isso, teria esse problema”, disse um morador.
Erivaldo
havia realizado várias reuniões tanto com as forças de segurança do DF e do
Goiás afim de sanar os problemas, tendo inclusive a garantia do então
comandante do 26º de que rondas diárias seriam realizadas na região.
“Desde a saída de Erivaldo da Administração Regional, aqui não vem mais serviços. Parece que tudo parou aonde estava”, reclama Demerval. “Apesar dos projetos deixados por Erivaldo, o saneamento não chegou e muitas casas são obrigadas a manterem suas próprias fossas”.
A pedido de Erivaldo, o
deputado distrital Wasny de Roure realizou uma audiência
pública com objetivo de discutir a regularização fundiária e a melhoria da infraestrutura
do Residencial. O evento contou com a participação da comunidade e de
autoridades públicas.
De acordo
com o distrital, a audiência pública proporcionou diálogo entre os moradores da
região e autoridades do governo, e que possibilitou, naquele momento,
"amenizar os conflitos e a viabilização de se construir novas políticas de
interesse social a fim de ajustar o ingresso do setor nas políticas
habitacionais do governo, garantindo assim o direito à moradia".
Os
moradores da região reivindicam melhores condições de habitação e
infraestrutura, como o fornecimento de água potável e energia, além de outras
soluções para a precariedade do local. De acordo com Erivaldo, na audiência
foram assumidos compromissos de buscar condições adequadas de moradia,
saneamento básico, transporte, saúde, segurança pública, cultura e lazer. “O
tempo foi curto, mas, muitas coisas foram encaminhadas afim de proporcionar
dignidades aos moradores do Residencial Santa Maria, pois, tínhamos, naquela
época, um governo compromissado com o desenvolvimento da região. Todavia, não
pudemos concluir, mas, deixamos tudo encaminhado. Acredito que a falta de
políticas públicas do atual governo, tudo aquilo que deixamos encaminhado deixou
de acontecer no residencial. É claro que algumas coisas foram feitas, mas,
faltou muita coisa”, finalizou Erivaldo.
Fonte - Agência Satélite
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