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Blindagem mútua: O que pose estar por trás da decisão de Alcolumbre não pautar o impeachment de Moraes


Redação | 07/08/2025

Enquanto cresce a pressão para que o Senado avance com o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Davi Alcolumbre (União-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), segue se recusando a pautar o processo, mesmo diante do apoio de mais de 40 senadores.

O que muitos desconhecem — ou preferem esconder — é que Alcolumbre é alvo de um processo que tramitou no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), decorrente de suspeitas gravíssimas: ele teria se apropriado dos salários de seis mulheres nomeadas como assessoras parlamentares em seu gabinete no Senado.

A ação foi iniciada em julho de 2022, poucos meses depois de uma reportagem do jornalista Hugo Marques, publicada em outubro de 2021. Na matéria, seis ex-assessoras afirmaram que eram obrigadas a devolver parte ou até a totalidade dos salários que recebiam como funcionárias nomeadas por Alcolumbre.

Segundo informaçoes, detalhe mais escandaloso é que o inquérito contra Alcolumbre é relatado por ninguém menos que Alexandre de Moraes — justamente o ministro do STF cujo impeachment o senador se recusa a pautar no Senado. A relação entre os dois levanta sérias dúvidas sobre um possível conflito de interesses e uma blindagem mútua entre Judiciário e Legislativo.

Para parlamentares da oposição, trata-se de uma troca de proteção descarada: Alcolumbre mantém Moraes intocável na CCJ, enquanto Moraes garante que eventuais denúncias contra o senador não avancem com força nos tribunais.


“É um escândalo institucionalizado. Como alguém investigado por desvio de salários pode ter o poder de travar o impeachment do próprio relator do seu inquérito? Isso é o retrato da podridão da República”, criticou um senador.

Enquanto isso, a população brasileira segue refém de acordos obscuros, onde o que menos importa é a justiça ou o interesse público. O caso de Alcolumbre é mais um entre tantos que revelam como parte da elite política do país atua para se proteger — mesmo diante de evidências e denúncias graves.

A pressão popular e institucional deve aumentar nos próximos dias. A oposição já articula um movimento para propor a destituição de Alcolumbre da presidência da CCJ, justamente por falta de isenção para analisar o pedido de impeachment de Moraes.

Mas, como tem sido a regra no atual cenário político, o sistema parece funcionar perfeitamente — para blindar os seus.

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