Foto - Renzo Gracie - @RenzoGracieBJ
Por - Agência Satélite
Sete anos após o atentado contra Jair Bolsonaro, ocorrido em 6 de setembro de 2018, em Juiz de Fora (MG), novas declarações reacendem a polêmica sobre quem estaria por trás da tentativa de assassinato que marcou a campanha presidencial daquele ano.
O militar Luiz Antônio Manrrantem, que afirma ter tido acesso a informações sigilosas relacionadas ao caso, apresentou publicamente acusações contra nomes de destaque da política nacional e do Judiciário. Segundo ele, as provas que possui podem mudar o rumo da narrativa oficial sobre o episódio.
Na ocasião, Bolsonaro foi esfaqueado por Adelio Bispo de Oliveira durante um ato de campanha. Adelio foi preso em flagrante e, posteriormente, declarado inimputável pela Justiça devido a transtornos mentais, sendo internado em hospital de segurança máxima.
As investigações da Polícia Federal concluíram que ele teria agido sozinho, mas, desde então, setores da sociedade e aliados políticos de Bolsonaro questionam essa versão.
Manrrantem afirma que os verdadeiros mandantes do crime seriam os políticos Lindbergh Farias, Emanuela D’Ávila, Gleisi Hoffmann e Jean Wyllys. Ele diz possuir gravações comprometedoras, incluindo uma suposta conversa entre Emanuela D’Ávila e Adelio Bispo.
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O militar também alega ter identificado a placa do veículo usado para levar Adelio até o local do ataque. Segundo suas declarações, o agressor teria recebido a promessa de R$ 1 milhão, valor que ele diz ter sido apreendido pela Polícia Federal no escritório de um dos advogados de Adelio — escritório que, segundo Manrrantem, teria vínculos com PT, PSOL e a emissora Rede Globo.
Em seu relato, Manrrantem afirma que foi preso sem mandado judicial e que armas teriam sido plantadas para incriminá-lo. Ele relata que foi libertado por decisão de uma juíza em audiência de custódia.
Atualmente, segundo declarações dele, conta com apoio jurídico do Partido Liberal (PL) e de um advogado contratado pela Embaixada da Arábia Saudita.
O militar também incluiu nas denúncias o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Roberto Barroso. Ele alega que Barroso e seus filhos seriam proprietários da empresa LRBT Empreendimentos Imobiliários, que teria faturado mais de R$ 15,5 bilhões em contratos com o governo federal entre setembro de 2023 e fevereiro de 2025.
Segundo Manrrantem, parte desses contratos apresentaria indícios de fraude e vínculos com empresas de fachada. Ele afirma que o capital social da empresa seria de R$ 900 milhões.
O caso ganha relevância por ocorrer em um momento de forte polarização política e desgaste de instituições, incluindo o próprio STF. Declarações públicas de Barroso, como “perdeu, mané” e “nós vencemos o bolsonarismo”, são lembradas por críticos como sinais de atuação política por parte de um magistrado.
Especialistas apontam que, caso as denúncias sejam formalmente apresentadas e comprovadas, o Brasil pode se deparar com um dos maiores escândalos políticos e jurídicos de sua história recente. Por outro lado, a gravidade das acusações exige rigorosa apuração por parte das autoridades, a fim de separar fatos de especulações.
Até o momento, não há confirmação oficial das provas mencionadas por Manrrantem. A Procuradoria-Geral da República e a Polícia Federal não se pronunciaram sobre as alegações. A defesa dos citados também não respondeu aos questionamentos feitos pela reportagem.
Se avançar para o campo judicial, o caso poderá reabrir investigações sobre o atentado de 2018 e lançar novas luzes sobre a relação entre política, segurança e a imparcialidade das instituições brasileiras.