Por Agência Satélite
Em mais um capítulo da ofensiva do Supremo Tribunal Federal (STF) contra os resultados da Operação Lava Jato, o ministro Dias Toffoli anulou, nesta sexta-feira (15/8), todos os atos processuais contra João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT). Vaccari havia sido condenado a 24 anos de prisão por corrupção passiva, mas agora, com a decisão, fica livre de qualquer consequência judicial.
A justificativa de Toffoli atendeu integralmente à narrativa da defesa, que alegou “afronta a garantias constitucionais” por parte do então juiz Sergio Moro e de procuradores da Lava Jato. Para os advogados, supostas mensagens trocadas entre magistrado e acusação “maculariam” o processo.
Críticos apontam que o STF, sob liderança de ministros como Toffoli e Gilmar Mendes, vem sistematicamente revertendo condenações de figuras centrais dos maiores escândalos de corrupção da história recente, sob argumentos processuais que, na prática, anulam anos de investigações e julgamentos.
Não é a primeira vez que Vaccari é beneficiado pela Corte. Em 2024, o ministro Edson Fachin já havia derrubado uma acusação de caixa dois contra o ex-tesoureiro, alegando incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba para julgar o caso. Agora, com a decisão de Toffoli, a ficha criminal de Vaccari é limpa, reforçando a percepção de impunidade para políticos ligados ao PT.
A Lava Jato, que revelou esquemas bilionários de desvio de recursos envolvendo empreiteiras, estatais e partidos, segue sendo desmantelada peça por peça pelo STF. Para juristas e parte da opinião pública, decisões como a de Toffoli representam um duro golpe no combate à corrupção, enfraquecendo a credibilidade da Justiça e passando a mensagem de que crimes de colarinho branco podem ser anulados com bons advogados e aliados influentes.