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CLDF - MACHISMO NÃO

Bolsonaro mantém serenidade e aposta em estratégia jurídica diante de condenação

 

HUGO BARRETO/METRÓPOLES @hugobarretophoto


Por Celso Alonso

Brasília (DF) — Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo que investigou suposta tentativa de ruptura institucional, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem mantido postura discreta e de confiança na Justiça enquanto aguarda a análise dos últimos recursos apresentados por sua defesa.

Segundo pessoas próximas, Bolsonaro tem consciência da complexidade do momento, mas acredita que sua inocência será reconhecida em instâncias superiores. O ex-presidente teria confidenciado a aliados que, caso seja determinado o início do cumprimento da pena, ele deve ser encaminhado ao Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília — possibilidade tratada com serenidade e cautela por sua equipe jurídica.

Fontes próximas ao ex-mandatário afirmam que, se houver execução provisória da pena, a defesa tentará convertê-la em prisão domiciliar, com base em questões médicas e humanitárias. Desde o início de 2025, Bolsonaro passou por três internações hospitalares e segue sob cuidados médicos contínuos em razão de complicações abdominais e crises de soluços recorrentes.

A equipe jurídica de Bolsonaro protocolou no STF embargos de declaração com o objetivo de revisar a pena de 27 anos e 3 meses imposta pela Primeira Turma da Corte. Os advogados argumentam que o julgamento deixou de analisar pontos cruciais da defesa e classificam a condenação como “injusta e desproporcional”.

Entre os fundamentos apresentados está a chamada “desistência voluntária”, tese segundo a qual o ex-presidente não teria executado qualquer ato concreto para a prática dos crimes apontados. A defesa também citou o voto do ministro Luiz Fux, o único a divergir da maioria, reforçando que não houve provas suficientes que comprovassem o envolvimento direto de Bolsonaro em ações de natureza golpista.

Próximos ao ex-presidente ressaltam que Bolsonaro tem enfrentado o momento com tranquilidade e espírito de superação, mantendo contato com sua base política e apoiadores, mas evitando declarações públicas que possam ser interpretadas como confronto institucional.

Mesmo sob forte pressão, aliados afirmam que o ex-presidente demonstra fé na Justiça e confiança no trabalho de seus advogados, além de manter uma rotina reservada e centrada na família. “Ele acredita que a verdade prevalecerá no tempo certo”, comentou um assessor próximo, sob reserva.

Caso seja confirmada a execução da pena, a defesa pretende argumentar que o cumprimento em regime domiciliar seria o mais adequado, considerando as condições de saúde e a trajetória pública do ex-presidente, que governou o país entre 2019 e 2022.

Bolsonaro, segundo aliados, não teme as consequências jurídicas, mas busca garantir que o processo siga dentro dos limites legais e constitucionais. “O presidente confia que a Justiça brasileira ainda tem espaço para a imparcialidade e o bom senso”, afirmou um interlocutor.

Enquanto aguarda as decisões do Supremo, Bolsonaro segue acompanhado de sua equipe e mantém comunicação constante com seus advogados, que continuam a lutar pela revisão da sentença e pelo reconhecimento de nulidades processuais.

O caso que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro simboliza mais do que um embate jurídico — representa um teste à maturidade das instituições democráticas. Em meio à polarização política e à pressão social, a postura serena e cooperativa de Bolsonaro demonstra respeito ao devido processo legal e confiança no sistema de Justiça. Independentemente do resultado final, a condução equilibrada do caso será determinante para reafirmar os princípios da legalidade, da transparência e da estabilidade institucional no país.

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