
O líder da Oposição na Câmara dos Deputados, Luciano Zucco (PL-RS), defendeu nesta quarta-feira (5) a abertura de processo de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alegando omissão do governo federal diante da expansão do crime organizado no país.
Segundo o parlamentar, o Brasil vive uma “crise institucional sem precedentes”, marcada pela entrega de territórios ao controle de facções criminosas e pela falta de ação efetiva do Executivo. Para Zucco, essa conduta configura uma “abolição violenta do Estado de Direito”, o que, em sua avaliação, se enquadra no artigo 85 da Constituição Federal, que define os crimes de responsabilidade do presidente da República.
“Hoje o crime organizado não atua apenas nas periferias. Ele domina regiões turísticas, áreas de produção rural e cidades de todos os tamanhos. O Estado perdeu o controle sobre territórios onde as facções cobram pedágio de comerciantes, vendem gás e internet, e impõem regras pela força das armas”, declarou o deputado.
Zucco afirmou que a omissão do governo tem resultado em “deslocamentos forçados” e ameaças constantes a famílias em diversas regiões. “Essas pessoas acordam sem saber se poderão continuar morando onde estão. Muitas são obrigadas a abandonar o que construíram porque o crime decidiu que aquele território tem novo dono. É uma tragédia silenciosa e cotidiana”, disse.
Para o parlamentar, a falta de resposta do governo representa um ataque à soberania nacional. “Permitir que o crime organizado substitua o Estado é atentar contra a Constituição. É uma ruptura da ordem democrática — e o presidente precisa responder por isso”, completou.
Zucco ainda acusou o Palácio do Planalto de tentar “maquiar a realidade” em vez de enfrentar o problema. “O governo está mais preocupado com sua imagem internacional do que com a segurança do povo brasileiro. Hoje o país está dividido entre o Brasil que governa e o Brasil que vive sob o medo”, concluiu.
