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REGIÃO DA COLÔMBIA ONDE QUEM FURA QUARENTENA É PRESO PELO PÉ TEM PRIMEIRO CASO DE COVID-19

Mulher de 32 anos assintomática está em isolamento domiciliar; moradores que infringem regras obrigatórias de restrição social recebem castigo por pelo menos meia hora em praça pública

Os moradores de Tuchín que desrespeitaram a quarentena, presos pelos pés Foto: Reprodução

O laboratório da Universidade de Córdoba, na Colômbia, confirmou o primeiro caso do novo coronavírus em Tuchín. Trata-se de uma mulher, de 32 anos, que tem histórico de câncer no estômago, não apresentou sintomas da doença e está em isolamento domiciliar. Para evitar o avanço da Covid-19 na região, desde o início da quarentena, moradores que são flagrados vagando pelas ruas sem motivo podem receber o castigo de serem presos pelos pés em uma estrutura de madeira conhecida como cepo em uma das praças públicas da cidade.

Em comunicado oficial, a prefeitura municipal de Tuchín informou, neste domingo (7), que a Secretaria de Saúde local está fazendo o chamado cerco epidemiológico para rastrear pessoas que tiveram contato com a infectada. Depois do diagnóstico, serão seguidos os protocolos determinados pelo Ministério da Saúde da Colômbia.

“Reiteramos nosso compromisso com a saúde de todos os habitantes do município. Seguimos fazendo um chamado para que tomem consciência da situação. Não vamos baixar a guarda. É a nossa vida que está em risco, o compromisso deve ser de todos”, pediu em seu Facebook, o prefeito Alexis Salgado.

No primeiro dia da utilização do cepo, pelo menos uma dúzia de pessoas ficaram presas por meia hora Foto: Reprodução

No documento, os moradores são orientados a manter as medidas de contato social, evitando visitas a pessoas com quadros de síndromes respiratórias, lavar as mãos com frequência e usar máscaras de proteção.

Desde a decretação do coronavírus como pandemia global pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o prefeito reforçou a aplicação de castigos a moradores que infringissem regras obrigatórias de isolamento por pelo menos meia hora em praça pública.
"Aumentamos a base de força no município, juntamente com a Guarda Indígena, o Exército e a Polícia. Pessoas que não estão cumprindo as medidas obrigatórias de isolamento estão sendo punidas", explicou, na ocasião, também em sua rede social, Alexis Salgado.

A punição, apesar de não ser usada há anos, está prevista na legislação Foto: Reprodução

De acordo com ele, apesar de não utilizada há alguns anos, a medida é prevista em lei e já fazia parte da tradição do povo indígena Zenú, da qual a população de Tuchín é descendente. Para ele, a aplicação desse tipo de sanção permite que os moradores mantenham sua identidade.

"Para preservar a estrutura institucional e respeitar os usos e costumes do povo Zenú, essa articulação está sendo realizada. Queremos ser um exemplo de respeito e demonstrar que, apesar da diversidade existente em nosso território, as instituições estão se unindo para proteger a saúde de todos", disse ao jornal local "El Tiempo".

O prefeito afirmou que, em poucas horas da aplicação do castigo, os resultados foram favoráveis e o tráfego de pessoas nas ruas diminuiu. "Se impusermos uma sanção econômica, a grande maioria não terá como pagá-la, mas se recorrermos a essas práticas típicas de sua cultura, as estamos fazendo com que cumpram as leis e mantenham vivas suas tradições.

O tempo de meia hora com os pés presos deve aumentar nos próximos dias Foto: Reprodução

Segundo o site oficial da Prefeitura, Tuchín tem cerca de 35 mil habitantes. Em uma entrevista a rádio local "Blue", o coordenador da Guarda Indígena Zenú, Misael Suárez, disse que no primeiro dia que o cepo foi usado para punir os que não estavam cumprindo a quarentena, pelo menos uma dúzia de pessoas tiveram os pés presos por meia hora numa espécie de "socialização". A intenção é aumentar o tempo desse castigo.


Fonte - Revista Época

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